sexta-feira, setembro 25, 2009

Esta noite, não tem plural.


"Em segredo visito as areias da praia
Em que tu te estendes.
Em segredo te digo palavras de amor
Que só tu entendes.

Em segredo te grito o que trago no peito
E me trava a garganta.
Em segredo penteio entre os dedos cabelos
De oiro e de esperança.

No segredo da noite fui homem maduro
Lavrando em teu peito.
Fui menino brincando em recreios vadios
De um lar já desfeito.

Andei à deriva ansiando o teu sinal
Esta noite, não tem plural.

Nas bocas caladas plantámos um beijo
De fogo e ternura.
O sangue e saliva deram de beber
À nossa loucura.

E corri num abraço apertado e profundo
Para dentro de ti.

Num segundo fui rei, e no outro morri.

Esta noite, meu corpo se liberta
Num voo final.

Esta noite, não tem plural."


Alexandre Oliveira

quarta-feira, setembro 23, 2009

Acordar doí


Acordar doí
Doí o peito ao levantar
Doí a alma
Doí pensar.

De a pé a dor não pára
É como uma sombra
Acompanha meus passos
Cola-se a mim
Não me deixa andar...

Na mente está a esperança
Lenta a caminhar
Que me segue
Para pagar minha fiança.